sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Flash-back da eliminatória da Taça

Foi realmente um encontro emotivo até ao final, a luta por tabuleiros, foi cronológicamente terminando com esta sequênica:

1º tabuleiro         
A luta no tabuleiro 1 foi mais ou menos assim: Após 11 lances,

                                                  

Brancas e Pretas com objectivos diferentes, enquanto as Brancas tentam o domínio central, as Pretas forçam no flanco de Rei à espreita de possibilidades de ataque.


12. Cc2!? (interessante o reagrupar das peças com a manobra Cce1 e Cd3)
12. … , g5! A melhor possibilidade para a mobilização de peças no flanco de Rei
13. fxg5!, (baseado em 13. …, Bxf3; 14. Txf3, Cxe5; 15 Tf5 fechando linhas) , h3
14. g3, Th5?! (A Torre irá ficar mal colocada e sem exercer pressão suficiente em g5)

A luta continuou com lances mais ou menos bons de ambas as partes até à posição abaixo após 19. …, b6? Permite a abertura de linhas no Flanco de Dama com vantagem decisiva branca.

                                                  

20. c5! (se bxc5, Cxc5 com as ameaças Db7++ e Bxa6++ ) , Ca5; 21. Dc2, Rb7; 22. b4, Cc6; 23. a4, Ra7; 23. Tfc1 (com ataque irresistível). 1-0 ao final de 39 lances. 1-0 Para o CCTN.


4º tabuleiro

No 4º tabuleiro, após uma luta extremamente equilibrada, as negras começam a entusiasmar-se com o apuro de tempo das brancas e tentam criar desequilíbrios e jogando rápido para dar pouco tempo ao adversário… Sabemos que é o oposto que se deve fazer mas, naqueles momentos nem sempre a razão impera… Conclusão, as negras em boa posição metem os pés pelas mãos e desperdiçam uma boa posição.


                                                           Posição após 36. Tca1(!?)

                                                  

As brancas tiveram de suportar uma desagradável pressão na coluna b o que fez com que não tivessem criado problemas às negras durante a maior parte do jogo. As negras também não conseguiram mais do que pressão na coluna e agora após esta imprecisão branca podem retirar vantagem abrindo o jogo no flanco de rei e tornando o seu bispo na melhor peça menos no jogo com 36. …, g4! No entanto jogou-se 36. …, Bb7; 37. Cf2 com igualdade.

37 … , Bc8? (abrindo a casa de b7 para a Torre de g7 que entretanto se tornou ineficaz, com um pouco mais de reflexão ter-se-ia chegado à conclusão que Bd5 faz o mesmo efeito e mantém o Bispo activo e o jogo continuaria com chances iguais).

38. Cg4, Tgb7?!; 39. Tb1 (melhor Txa6), Tb3?; 40. Cf6+ (melhor novamente seria Txa6, a entrada na oitava pregando o Bispo negro é decisiva.), Rg7; 41. Ce4 com vantagem branca. O jogo prosseguiu com mais erros e as brancas ganharam em 48 lances. 1-1 no encontro.

2º tabuleiro

Uma siciliana levou à posição abaixo. Posição típica em que a falta de Damas parece dar às negras um futuro promissor.
Com esta posição as negras resolveram grande parte dos problemas! Controle da coluna C, par de Bispos, Rei protegido...  18.f3 0–0 19.¦fd1 ¦fc8 20.¥g5 As Brancas buscam contra-jogo na Coluna D, mas não se passa nada! 20...¥e8 21.¦d3 ¢g7 22.¥f4 d5! 23.¥e5 ¢g8 Tanto tempo a pensar e jogo Rg8?! Na partida recordo que para tomar esta opção algo me dizia que ao tomar em e4 as Brancas iriam activar-se ao tomar de Cavalo o peão?! No fundo acho que tive medo, não sei bem porquê...como indicam as análises [23...dxe4 24.¤xe4 (24.fxe4 ¢g8³) 24...¦xc2 25.g4 g5 26.¤xg5 ¢g6 27.f4 h5³] 24.exd5 ¤xd5 25.¤xd5 exd5 26.c3 ¦a4? Em apuros de tempo nem vi que dei um peão! 27.¦xd5  Com isto tudo passei duma posição fácil de jogar para as Negras para um final pior com muitas hipóteses de empatar 27...f6 28.¥g3 ¦cc4 29.¦e1 ¥c6 30.¦d4 [30.¦d3!±] 30...¦xd4 Acho que nesta posição a troca de peças facilita a vida às Negras 31.¤xd4 ¥c5 32.¥f2 ¥xd4 33.¥xd4 ¦xa5 34.¥xf6 ¦d5 35.¥d4 ¢f7 36.¢f2 a5 37.¢e3 a4 Este final deve estar empatado 38.c4 ¦d7 39.¢d3 ¦e7 40.¦d1 h5 41.¦d2 ¦e8 42.¢c3 ¢e6 43.¥f2 ¢f7 44.¢b4 ¦e6 45.¥g3 ¦e3 46.¢c5 ¦b3 47.¦e2 ¦d3 48.¥d6 ¦d1 49.¥f4 ¦d3 50.¥g5 ¦d7 51.h4 ¢g7 52.¦e6 ¢f7 53.¦f6+ ¢g7 54.¦xc6?! Aqui o meu adversário teve uma atitude bastante corajosa, que acabou por ter os seus lucros aproveitando os meus apuros de tempo e a minha falta de tabuleiro! 54...bxc6 55.¢xc6 ¦d3

Posição que se poderia ter jogado com 55. ..., Td1
[55...¦d1! Muito mais preciso e quase de certeza ganhador! 56.¥f4 ¢f6 57.¢b5 ¦b1 58.¢xa4 ¦xb2 59.g3 ¢e6 60.¥e3 ¦b1 61.g4 ¦f1 62.gxh5 gxh5 63.¢b5 ¦xf3 64.¥d2–+] 56.c5 ¦b3 [56...¢f7 57.g4 (57.¢c7 ¢e6 58.c6 ¦b3 59.¢c8 ¦xb2 60.c7 ¦xg2 61.¢d8 ¦c2 62.c8£+ ¦xc8+ 63.¢xc8 a3 64.¥e3 g5–+) 57...¦xf3 (57...¢e6 58.¢b5 ¦b3+ 59.¢xa4 ¦xb2 60.gxh5 gxh5 61.f4 ¦b7 62.f5+ ¢xf5 63.c6 ¦b6 64.c7 ¦c6 65.¥d8 ¢e6 66.¢b5 ¢d7 67.¢b4 ¢c8=) 58.gxh5 gxh5 59.¢b5 ¦b3+ 60.¢xa4 ¦xb2 61.c6 ¢e6 62.c7 ¢d7 63.¥d8 ¦b7 64.¢a5=] 57.¥c1 ¢f7 58.¢d7 ¦d3+ 59.¢c7 ¢e6 60.c6 ¦d1?? [60...¦d4! É necessário tirar a casa f4 ao Bispo 61.¢b7 (61.¥h6 ¦c4 62.¢b7 ¦b4+ 63.¢c8 ¦xb2 64.¥f8 ¢f7 65.¥d6 ¢e8 66.c7 ¦b3 67.g4 a3 68.¥e5 a2 69.g5 ¦b1 70.¥f6 a1£ 71.¥xa1 ¦xa1–+) 61...¦c4 62.¥h6 ¦b4+ 63.¢c8 ¦xb2µ] 61.¥h6 ¦d3?? [61...¢d5 62.¢b7 ¦b1 63.c7 ¦xb2+ 64.¢a8 ¦c2 65.¢b8 ¦b2+ 66.¢a8=] 62.¢c8 a3?? Uma Hipótese desperdiçada... [62...¢d6 63.c7 ¢c6 64.¥g5 ¦d7 65.¥d8 ¦d5 66.¥f6=] 63.bxa3 ¦xa3 64.c7 ¢e7?? Outra... [64...¦c3 65.¥g5 ¦c4 66.¢d8 ¦d4+ 67.¢e8 ¦c4 68.¥f4 ¦c3 69.g3 ¦c4 70.g4 ¦c5 71.¥g3 ¦c3 72.g5 ¦c1 73.¢f8 ¦c2 74.¢g7 ¢f5 75.¥d6 e empate 75...¢e6 76.¥b4 ¦xc7+ 77.¢xg6 ¦c2 78.¢xh5 ¢f5 79.¥f8 ¦c8 80.¥g7 ¦c6 81.¥f6 ¦c4 82.¥b2 ¦b4 83.¥a1 ¦a4 84.¥g7 ¦c4 85.¥h8 ¦b4=

Curiosa posição de igualdade.
 E se 86.g6? ¦b6 87.g7 ¦g6 88.f4 ¦g4µ] 65.¥g5+ ¢e8 66.¢b7 ¦b3+ 67.¢c6 ¦c3+ 68.¢d6 ¦c4 69.¥e3 ¦c2 70.¥c5 1–0
Uma partida cujo empate poderia dar um outro rumo à eliminatória, coisas de xadrez… Boa luta! Desenhou-se a reviravolta na eliminatória, o 3º tabuleiro que ainda poderia resolver tudo a nosso favor está em ebulição. O Hugo encontra-se numa posição em que parece não ter nada de decisivo, quando entram em apuros de tempo. 1-2 no marcador.

3º tabuleiro

                                                  

Posição após 42. …, Ta5. Uma luta posicional em que o controlo das colunas a e b e a ausência de grandes debilidades na sua posição conferem às negras as melhores possibilidades.

A luta prossegue sem que qualquer dos bandos tente arriscar demasiado, o tempo aperta e o resultado encontra-se em 1-2. As brancas por causa do resultado da eliminatória terão de fazer alguma coisa para tentar inverter o sentido da coisa.

15 lances depois com uma troca de galhardetes quase amistosos, as pretas colocam as brancas em situação de definirem quais as águas a nadar, avançam a4, com as consequências evidentes para a exposição do b3, ou um ataque de Kaspa…

                                                                        Posição após 57. …, Da7

                                                     

Vai um ataque de Kaspa!!!! 58. f5, apertam os relógios, os últimos 15/20 lances foram todos jogados abaixo dos 5 minutos e a tensão estava alta.

58. …, Txa2; 59. fxg6, Txc2; 60.Dxc2, fxg6 61. Cg5! Com um peão a menos a brancas conseguem igualar as chances em partida aberta e nos apuros, grande decisão do Hugo que do ponto de vista prático seguiu a melhor opção. Algures as negras deveriam jogar um Db7 que lhes daria melhor jogo.

61. …, Db7?; 62. Ce6+! Com clara vantagem, Rh8; 63. Dxg6, Dxd5

                                                     

O Hugo conseguiu dar a volta! A falta de tempo (está a jogar nos segundos) faz com que não se perceba que os saltos de C em d8 e f8 são decisivos. Perdeu-se nas voltas com os xeques de Dama. Com 64. Cf8! as negras têm de dar a Dama para evitar o mate imediato, p.ex: 64. …, Dg8; 65. Dh6 e mate na próxima em h7.

Após vários xeques de Dama para ir tentar algo e acumular algum tempo as brancas vão acabar por tentar colocar a Torre em jogo na coluna f, ameaçando sacrificar em f6. As negras defenderam facilmente e acabaram por conseguir posição ganhadora após essa sequência. 1-3 fim de eliminatória. Os Galitos seguiam em frente.

Vistas gerais do encontro:

                                                                                  
                                         Diogo Alho - Francisco Castro em primeiro plano;

                                        

                                        
                                                            Joões, Andias-Carvalho

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