Em vésperas do regresso à 3ª Divisão, no próximo fim de semana jogam-se as 5ª e 6ª rondas e em jeito de aperitivo, trazemos os momentos escolhidos da 3ª e 4ª ronda, jogados há 2 semanas atrás. Da 3ª ronda, estávamos a jogar com os Galitos, (CCTN I-Galitos C), houve disputa assanhada no 3º tabuleiro entre João Carvalho e Ricadro Dias. O jovem não teve qualquer medo de jogar uma velha linha siciliana adragonada. Foi uma partida gira em que as negraas com mais esperiência tinham vendido a derrota (seria mesmo derrota?) muito mais cara. Nos restantes tabuleiros os Galitos compostos por uma equipa de benjamins portou-se bem, mas a experiência levou a melhor nos 4 tabuleiros. Dentro de pouco tempo não teremos, assim se espera, um desfecho tão desnivelado.
Pois bem, regressados que estamos à partida, aí vai o primeiro diagrama e comentários mais na primeira pessoa,
Posição após 12. …, h5
Uma siciliana dragão em que o meu adversário está a navegar em águas mais conhecidas. A posição é chave disso lembrava-me, os temas de avançar no flanco de rei das brancas e das pretas irem chatear com o Cc4 e flanco de dama a entrar em acção.
Pensei em jogar o que penso como teórico 13. Bg5, mas decidi sair das águas conhecidas com 13. Cd5 que deve ser uma treta de lance, apesar de ter os seus venenos
13. …, Cc4; 14. De2? (Bxc4 é decerto melhor…), Cxe3; 15. Cxe3, Db6; 16. c3 (preciso de ar para o Cavalo que estava sem casas após e5), Tc7? (penso que deve ser um erro pois permite uma série de temas tácticos à base de saltos de Cavalo a d5, avanços de flanco de rei e pregagem de f7, se 16. …, Cxe4; 17. Cd5!), portanto, 17. g4!
Um pontinho de exclamação pela audácia… E pelo veneno do peão oferecido
17. …, hxg4 (entrando em águas muito turvas…); 18. fxg4, Bxg4 (se, 18. …, Cxe4; 19. Cd5) 19. Cxg4; Cxg4; 20. Dxg4, Bxd4;
21. Dxg6+ (o busílis da questão!),
Rh8 (única, se 21. …, Bg7; 22. Thg1! ganha); 22. Bxf7 (Duvidoso, quis ameaçar mate em h6 e/ou ganhar a qualidade e pensava que estava tudo controlado, mas…); Be3+? [Txf7 única e interessante, pois 23. Dxf7, Bxc3 e as brancas têm de controlar com muito cuidado para não deixar fugir o ponto com 24. Db3 (não vimos melhor no post-mortem)] 23. Rc2 (Rb1); Tfc8;
(mate em 4)
24. Dh5+, Rg7; 25. Thg1+, Bxg1; 26. Dg6+, Rh8; 27. Dh6++
Na outra banda, entenda-se do outro lado da sala, jogava-se O CCTN II-CPB referente à 3ª Div.-Série E. No primeiro tabuleiro, uma partida interessante. José Tomás como 1º tabuleiro do CCTN II enfrentava André Pinto que era o mais cotado da formação bombarralense.
Porque as coisas têm as suas coincidências jogou-se...... uma siciliana dragão, parece que anda na moda aqui para os lados de Torres Novas, ou pelo menos os adversários pensam que é uma receita anti cineastas.
Posição após 8. …, 0-0
Posição após 8. …, 0-0
Se. 9. Bc4 a posição seguia igual à do João.
9. 0-0-0, d5; 10. Cxc6, bxc6
Aqui fugiu-se dos lances habituais (11. Bh6, Da5; 12. Bxg7, Rxg7 com possibilidades iguais) 11.exd5 (entrando numa confusão dos diabos), cxd5; 12. Cxd5, Cxd5; 13.Dd5; Dc7!
Posição após 13. ..., Dc7!
E agora? Há cobardes ou comem-se as Torres pela Dama? Vamos a elas!
14. Dxa8, Bf5 (olha o mate em c2!); 15. Dxf8, Rxf8 (o melhor, apesar de atar a Dama à casa d8 para evitar as entradas em mate com a T de d1, a remoção do Bispo da grande diagonal corta o domínio das diagonais e consequentemente o ataque.)
Posição após 15. ..., Rxf8
16.Bd3? (Se desse para meter meio ponto de exclamação… De qualquer maneira o lance que a seguir falha aos dois contendentes faz merecer o ponto de interrogação por inteiro, fora essa questão, tapa a Torre que tinha as ameaças. Por exclusão de partes, Td2 seria melhor)
16. …, Be6? (Se desse para meter ponto e meio de exclamação, essencialmente porque falha… 16. …, De5!
Posição após 16. ..., De5 (variante não jogada)
[este era o tema, ataque em b2 e em e3 torna a posição muito instável, o que nesta situação interessa às negras! No entanto após o jogo não conseguimos descobrir como concretizar a vantagem negra após 17. Rd2 (o directo 17. Bxa7 leva com 17. … Df4+!; 18. Rb1; Db4! E é o fim da picada) 17. …, Dxb2; 18. Bxa7, Bc3+; 19. Re2, Bxd3; 20. Rxd3 e apesar das muitas opções não descobrimos mate nem ganho de material que seja indefensável, aliás, se as negras arriscam e o peão de a foge, a coisa provavelmente mudava de figura!]
17. Rb1? (perde um peão com Bxb2 e Dxe5+), Db7? 18. Bc1 (reagrupando), f5; 19. The1, Dd5 (agora o ataque não tem força); 20. c4, Dc6; 21. b3 (a ideia é trocar com Bb2), Bc3; 22. Bd2, Bf6; 23. Bc1, Bc3; 24. Bd2, Bf6 …
½-½. Um jogo mais impreciso que preciso, mas acontece devido à volatilidade da partida. Tanta variante de cálculo causa insegurança à medida que vemos quão fácil é errar e borrar a pintura. O José Tomás poderia ter tentado fugir com Te2 e seguir com Bb2 conforme era o plano. É difícil ficar indiferente a um adversário com mais de 300 pontos ELO e o empate, ainda com tanta asneira possível pela frente, era um bom resultado… para os dois! A Casa do Povo do Bombarral assegurava o 2-1 com uma posição bastante boa no 2º tabuleiro e que acabaria por ganhar.
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