sexta-feira, 11 de maio de 2012

ELO FIDE - Maio - Nova Lista - Análise Portuguesa

Era suposto não fazer artigos que não contemplassem exclusivamente actividade cá do CineClube.
Não resistimos, por não haver ninguém que o faça e por parecer interessante fazer um artigo que tenha uma análise do xadrez nacional. Esta análise é amadora, nossa, sem outros objectivos que sejam a própria análise e constatações da nossa realidade. Análise não isenta de erros!

Na última lista de ELO Fide editada no passado dia 1 pela FIDE, Portugal vai mantendo a sua classificação (escalonamento feito através da média dos 10 melhores ELOS) nestes últimos anos, ocupando o 58º lugar entre 138 Federações.
Ver listagem em: http://ratings.fide.com/topfed.phtml

Da listagem referente ao Top 100 Português para jogadores activos retiramos os seguintes dados.
Ver lista em: http://ratings.fide.com/topfed.phtml?ina=1&country=POR

- Nome;
- ELO;
- Ano de nascimento.

Pegando no computador, fez-se o cruzamento dos seguintes dados para representação gráfica e análise:

- Distribuição do TOP 100 por escalões etários (em intervalos de 10 anos):
 


 - Distribuição do TOP 100 por escalões ELO (em intervalos de 50 pontos):



- Distribuição das idades dos jogadores por escalões ELO (em intervalos de 50 pontos):



As conclusões possíveis de tirar são:

- Da listagem do Top-100. Portugal tem de melhorar a sua força média geral destes 100 jogadores activos. A realidade portuguesa em que o jogador 100 tem 2041 é por si só indicativa de falta de 'massa crítica'. Do gráfico, a percentagem de jogadores abaixo de 2100 ser 38% é muito alta. A Filândia que é um país Europeu classificado em 56º lugar tem 92 jogadores acima de 2200. Veremos no futuro qual a evolução dos 2 países.

- Portugal claramente não acompanha, à sua dimensão, o desenvolvimento mundial, i.e., os jogadores de top nos países xadrezisticamente evoluídos são cada vez mais novos, com grande incidência para idades até 30 anos. Kasparov afirmava que o jogador de xadrez deveria atingir o seu máximo por volta dos 35 anos. Hoje pensa-se que esse nº é alto. No seu top 100, Portugal tem 36 jogadores com menos de 30 anos e 64 com mais. O facto de existirem 22 jogadores com mais de 50 anos, quando para uma distribuição correcta deveriam ser à volta de 12, faz com que em breve, caso não haja um volte-face grande, este top-100 irá ainda perder mais qualidade em termos de ELO.

- A conclusão mais importante que se observa é no 2º gráfico. A distribuição para ser 'correcta' deveria ser piramidal. Deveríamos ter mais jogadores activos na casa dos 2300 - 2399 e practicamente o dobro dos jogadores com 2200-2249. Este detalhe parece que é o grande impeditivo em Portugal de os jogadores em evolução caminharem para o topo, pois não havendo jogadores suficientes nestes patamares intermédios a evolução é muito mais difícil.

Esta análise para ser interessante deveria ser feita ao longo do tempo para melhor percepção de como as coisas evoluem.

Conforme já foi várias vezes falado no meio xadrezistico sabe-se onde actuar, o difícil é como!

- Fazer regressar ao xadrez uma série de jogadores inactivos, para que se compense a falta de jogadores dos patamares 2200 e 2300 e criar circuitos para jogadores com menos de 20 anos que joguem contra esta faixa 2200 - 2350 por forma a criar hábitos e rotinas que permitam a sua evolução. Obviamente, não estamos a dar nenhuma receita milagrosa pois toda a gente a sabe, iria permitir a renovação e equilibrio da massa crítica xadrezistica nacional.
Com isto que se diz não há espaço para profissionalização! Isso é outro passo muito mais à frente e não nos parece crível que seja atingivel nos próximos anos.
Como nota de rodapé, estes jogadores jogaram nos últimos 2 meses 481 partidas.



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